12 fevereiro, 2011

Um designer sozinho não faz milagres

Reflexões designianas

Uma das poucas vantagens da passagem do tempo sobre nos é o direito (que vamos adquirindo) de poder expressar nossas idéias com mais segurança e liberdade. Sem a preocupação de agradar a todos, vamos enraizando convicções e justificando nossas escolhas com mais tranqüilidade e sensatez. Este privilégio, que tenho aproveitado ultimamente, me permite recusar alguns trabalhos, participar de debates com mais autenticidade, e escrever neste blog, por exemplo.
Outro dia uma colega do Centro de Design do Paraná me enviou um comentário sobre artigo que escrevi dizendo “o design precisa muito de suas reflexões e provocações...” Outro colega, professor na FAU-USP me escreveu “gosto de ler o teu blog, tuas provocações...”

Em ambos os casos considerei a palavra provocação elogiosa. Senti-me o próprio Antonio Abujamra. A verdade é que conforme a idade avança vamos ficando mais autênticos, mais verdadeiros e até mais intransigentes. Tenho um amigo que diz “quanto mais o tempo passa, mais a gente se parece com o que é de verdade”.

Sempre tive o mau hábito de ponderar sobre tudo e, se não fosse designer, acho que seria filósofa. Minha carreira de observadora contumaz ganhou impulso no estúdio do saudoso professor Chaves, na década de 80 (meus contemporâneos de Sampa o conheceram como professor universitário, arquiteto, pioneiro do design, naturalista e boa praça). Naqueles dias, entre um desenho e outro, tudo era motivo para uma boa discussão e muitas risadas. Foi quando adotamos a expressão “reflexões designianas” para justificar nossas inquietudes, surpresas e decepções com o mundo do design.



E agora minhas reflexões designianas viraram um livro! Editado pela Rosari com apresentação de Claudio Ferlauto, Um designer sozinho não faz milagres é o relato das minhas experiências e observações sobre o mundo do design, por onde transito há 25 anos... Espero que gostem!