02 novembro, 2011

Design verde-amarelo


O trabalho da designer Silvia Grilli foi publicado no Radar Móbile Edição Setembro 2011, que destacou a aplicação do tema Brasilidade no design de móveis. Entre as peças fotografadas estão as mesas Catavento e Bandeira e os buffets Cáspio e Ônix (este ultimo comercializado com exclusividade pela Breton em São paulo e Rio de Janeiro). 



O conceito de Brasilidade é sempre explorado nas criações da designer, que procura fugir dos exotismos que cercam a imagem do Brasil no Exterior e ainda assim criar peças cheias de personalidade.



18 setembro, 2011

Design Seguro









Este é o tema da minha palestra no Design Essencial 2011, evento anual promovido pelo Senac-SP de setembro a novembro.
Com o objetivo de discutir projetos que incluam todas as classes da sociedade para melhoria da qualidade de vida, preparei uma palestra onde procuro refletir sobre o conceito de segurança e como este é percebido em diversas sociedades e cantos do planeta.

Design Seguro é um tema tão abrangente quanto complexo. Quando falamos em segurança logo nos vêem à mente grades de proteção, telas, corrimãos, pisos antiderrapantes, sistemas de monitoramento. E na medida em que as pessoas valorizam cada vez mais o espaço doméstico e os espaços de convivência cresce a oferta de soluções para deixar estes espaços mais seguros. A cada dia surgem novas invenções onde a tecnologia é aliada do conforto sempre visando a proteção individual e do patrimônio.

Entre as mais recentes invenções dedicadas ao Design Seguro estão os produtos com proteção antimicrobiana: painéis de madeira reconstituída, pisos e laminados de alta pressão, fitas de borda, assentos sanitários, carpetes, interruptores, rejuntamentos, tintas e vernizes. A tecnologia de proteção antimicrobiana é baseada na utilização de íons de prata que incorporados aos produtos ainda na fase de produção enfraquecem os microorganismos como fungos e bactérias, impedindo sua reprodução. Este é apenas um exemplo de como podemos agregar mais um valor – a segurança - aos projetos de produtos e de interiores, especialmente em locais sensíveis como praças de alimentação, clínicas e laboratórios, ambientes dedicados a pacientes alérgicos, escolas e etc.

Mas o que seria necessário para garantir segurança - do homem, do seu entorno, do planeta, na vida doméstica, nos esportes, nos transportes, no mundo?

Enquanto no EUA a segurança é um tema obsessivo, agravado depois dos atentados em 11 de setembro, no Brasil o tema segurança está mais ligado ao âmbito doméstico. Para populações ribeirinhas e vítimas de enchentes ou inundações "segurança" significa poder preservar seus pertences sempre que houver ameaças. Nas sociedades atingidas por terremotos e tsunamis “segurança” é poder contar com edificações capazes de suportar a fúria da natureza e ainda continuar de pé (existem centenas de construções deste tipo no Japão, Tailândia e outros países asiáticos). O fato é que as pessoas têm percepções diferentes sobre o que é seguro.

As sociedades contemporâneas vivenciam o stress causado pelo ritmo frenético dos acontecimentos e pelo excesso de estímulos. A insegurança é uma consequência natural quando temos a sensação de que o tempo passa rapidamente e assim não conseguimos reter informações e impressões suficientes para construir nossa história individual. Essa sensação de insegurança e medo do desconhecido nos levam a consumir objetos amigáveis e a criar um vínculo emocional com os mesmos. A atual onda retrô-vintage na moda e decoração é um reflexo deste fenômeno. No campo do design de interiores os melhores projetos resgatam os objetos de família, exploram positivamente a teoria das cores e valorizam ícones da história individual do cliente. Estes recursos garantem segurança, aconchego e qualidade de vida ao usuário destes espaços.

***

O Projeto Design Seguro nasceu em 2009 com o objetivo de desenvolver uma nova linha de produtos com a aplicação de soluções inovadoras que contribuam para a redução de furtos e a ampliação da segurança em hotéis, restaurantes e eventos. O desenvolvimento teve como ponto de partida o livro “Design Contra o Crime”, editado pelo Senai-Pr a partir de tese do Coronel Roberson L. Bondaruk, da Polícia Militar do Paraná. A parceria entre escolas e empresas privadas levou um grupo de designers a criar peças de vestuário como calças, jaquetas e mochilas com bolsos camuflados, zipers invisíveis e outros recursos que visam a segurança individual do usuário. No campo do mobiliário surgiu uma coleção de mesas e cadeiras da Movelaria Paranista cujo objetivo também é dificultar a ação dos criminosos em locais públicos.
















***

Design Seguro = Ambiente Seguro é uma premissa dos projetos que visam a Acessibilidade. Porém, muitas das soluções dedicadas ao portador de necessidades especiais podem e devem ser incorporadas aos projetos residenciais e corporativos visando a segurança de todos os usuários. Esta é a proposta da Cozinha Skyline Snaidero – um produto com várias alturas e acessos facilitados que permitem aos usuários de todas as idades e habilidades circular e usufruir da cozinha com a máxima segurança.












Cozinha Skyline Snaidero

***

Case Suécia - Num país onde a temperatura no inverno chega a -22°C a população precisa de todo o conforto e proteção. Por isso a Suécia destaca-se como um dos países que mais investem em inovação para a qualidade de vida de sua população. Entre as invenções suecas de destaque estão o fósforo de segurança, o zíper (patenteado em 1914), a chave inglesa (invenção de 1888), o telefone celular, o mouse e o sensor para funcionamento do airbag.

Alguns fatores dominantes na cultura estão presentes também no design sueco: credibilidade, sinceridade e caráter democrático. Estes fatores combinados tornaram a Suécia um dos países de liderança mundial na criação de design seguro e de qualidade para crianças. Um dos ícones do melhor design para crianças é a empresa BabyBjorn, cujos produtos aliam segurança, conforto, automonia, simplicidade, durabilidade e potencial lúdico.


















BabyBjorn Highchair
Produto vencedor do Design Awards 2011


A conclusão é que Design Seguro é sinônimo de proteção com conforto. Realizar o Design Seguro significa oferecer ao usuário mais qualidade de vida, aumentando sua percepção de proteção e segurança - física, emocional ou sensorial.

.

15 agosto, 2011

Símbolos da Brasilidade no Design

Os Símbolos da Brasilidade estão sempre presentes no trabalho da designer Silvia Grilli, que assina este artigo para a revista Casa & Mercado, Edição de Aniversário Julho 2011.


.

13 maio, 2011

Campeões de Audiência

Para quem não sabe a designer Silvia Grilli também escreve no blog
Falando de design e seus posts são de longe os mais lidos e acessados.

No ranking (maio 2011) dos campeões de audiência, os 4 primeiros textos são assinados pela designer.
Acesse também:  http://www.falandodedesign.blospot.com/




03 março, 2011

Feiras ABIMAD | ABUP

As feiras Abimad e Abup (16-19 fev 2011) são importantes vitrines para o trabalho dos designer de produtos e de interiores. A Abimad Verão evolui muito. O trabalho dos designers é evidente e o salto de qualidade dos stands foi impressionante. A feira melhorou, vem se profissionalizando, o resultado em negócios é inegável, mas dizer que a Abimad deixa nada a desejar em relação aos Saloni é um exagero!

É bastante comum ouvir industriais, lojistas, arquitetos, designers e jornalistas dizendo que vão às feiras (como o Salão do Móvel de Milão) para ver qual é “a tendência”. Mas a maioria dos expositores de qualquer feira de móveis exibe mesmo seus produtos vendáveis, comerciais, nos quais predominam formas, cores e acabamentos já assimilados pelo mercado. Parece óbvio, mas “tendência” é um conceito que mira o futuro, ou seja, é algo que ainda não aconteceu, mas que tende a acontecer com o decorrer do tempo. Portanto, o certo seria visitar as feiras e exposições para ver “o que está predominando”.

Entre as propostas assimiladas das feiras internacionais (e que agora predominam por aqui) o uso da cor foi quase imperativo. Fabricantes de móveis tradicionais ousaram inserir a cor (geralmente através da laca brilhante) e com este recurso atualizar seu portifólio de produtos. E ma curiosidade: a laca brilhante e colorida, unanimemente apontada como o hit da estação por leigos e “especialistas” do mercado de alta decoração é na verdade o oposto do que pregam os especialistas em tendências. A cartela 2010-2012 do Comitê Brasileiro de Cores aposta nos acabamentos matte (fosco, sem brilho) como tendência emergente e já presente nos produtos verdadeiramente “altos”. De acordo com o CBC a harmonia Nanotec, que destaca o brilho zero (total opacidade) é a tendência para essa geração que já nasce no mundo tecnológico, passa muito tempo nas redes sociais, busca mais conforto e conhecimento real.

Na ABUP a ação dos designers foi bem mais ampla: aqui os expositores apostaram no design autoral. Com muitos produtos assinados (mas não menos industrializados), séries numeradas de móveis e peças conceituais, a ABUP 2011 poderia ser classificada como uma pequena Zona Brera milanesa (onde o design merece destaque mas não é coisa de artista doido).


















A ABUP tem uma característica interessante que é o foco no pequeno varejista de móveis e decoração, ou seja: o cliente que interessa é aquele que revende peças diferenciadas, com pedigree, design e materiais exclusivos e mão de obra altamente qualificada. Não por acaso essa feira reuniu um grande número de marcenarias e pequenas indústrias. 

A designer Silvia Grilli, da STUDESIGN, foi convidada pela Estilo Br para desenhar dois novos modelos de buffet em lançamento na ABUP. Os modelos Ônix e Cáspio apresentam design e características bem distintas, mas ambos reverenciam a marcenaria tradicional, com acabamento artesanal e toques de brasilidade.














.

12 fevereiro, 2011

Um designer sozinho não faz milagres

Reflexões designianas

Uma das poucas vantagens da passagem do tempo sobre nos é o direito (que vamos adquirindo) de poder expressar nossas idéias com mais segurança e liberdade. Sem a preocupação de agradar a todos, vamos enraizando convicções e justificando nossas escolhas com mais tranqüilidade e sensatez. Este privilégio, que tenho aproveitado ultimamente, me permite recusar alguns trabalhos, participar de debates com mais autenticidade, e escrever neste blog, por exemplo.
Outro dia uma colega do Centro de Design do Paraná me enviou um comentário sobre artigo que escrevi dizendo “o design precisa muito de suas reflexões e provocações...” Outro colega, professor na FAU-USP me escreveu “gosto de ler o teu blog, tuas provocações...”

Em ambos os casos considerei a palavra provocação elogiosa. Senti-me o próprio Antonio Abujamra. A verdade é que conforme a idade avança vamos ficando mais autênticos, mais verdadeiros e até mais intransigentes. Tenho um amigo que diz “quanto mais o tempo passa, mais a gente se parece com o que é de verdade”.

Sempre tive o mau hábito de ponderar sobre tudo e, se não fosse designer, acho que seria filósofa. Minha carreira de observadora contumaz ganhou impulso no estúdio do saudoso professor Chaves, na década de 80 (meus contemporâneos de Sampa o conheceram como professor universitário, arquiteto, pioneiro do design, naturalista e boa praça). Naqueles dias, entre um desenho e outro, tudo era motivo para uma boa discussão e muitas risadas. Foi quando adotamos a expressão “reflexões designianas” para justificar nossas inquietudes, surpresas e decepções com o mundo do design.



E agora minhas reflexões designianas viraram um livro! Editado pela Rosari com apresentação de Claudio Ferlauto, Um designer sozinho não faz milagres é o relato das minhas experiências e observações sobre o mundo do design, por onde transito há 25 anos... Espero que gostem!